segunda-feira, 10 de março de 2014

Notas do passado para mim mesma

Estou tendo que lidar com uma dor muito silenciosa, uma traça de sentimento que vai cortando por dentro e exigindo tantas explicações. Ao passo que sou compreensiva, isso me afeta e me dá raiva. Raiva pela passividade, raiva pela falta de empenho, raiva pela rápida desistência.

Ainda não consegui chorar, acho que não me provoquei o choro porque não quero mais perder. Por mais embolado que esteja aqui dentro, já me expus demais, já abri mão demais do meu ego. Pelo menos ao final, devo me resguardar um pouco.

Ainda guardo a sensação que sua cabeça vai mudar de ideia em alguma situação. Eu me iludo torcendo pra que você precise de mim e sinta a merda que está fazendo. É egoísta, mas não acho que você realmente saiba o que está fazendo.

E apesar de toda minha verborragia, tenho a sensação que hoje você não será capaz de refletir sobre nada. Talvez a nova liberdade lhe motive a seguir em frente.

Espero que eu entenda o que está acontecendo rápido o suficiente pra me recuperar. Que essa dor lancinante desapareça por completo quando eu pensar em você. Eu sei que vai, como sempre acontece. Com o fim, o amor (ou esse apego) vai se arrefecendo até chegar o dia em que se transforma numa carinhosa lembrança. O dia em que esse sofrimento de agora não vai ser compreendido.

 E que vou pensar: ainda bem que isso aconteceu.

(lá pelas tantas de novembro/2013)

terça-feira, 4 de junho de 2013

Desperate Romantics

Produzida pela BBC, a série de 2009, conta com 6 episódios de uma hora sobre os jovens artistas fundadores da Irmandade Pré-Rafaelita.

Os artistas John Everett Millais (Samuel Barnett), Dante Gabriel Rossetti (Aidan Turner), William Holman Hunt (Rafe Spall) e o cronista Fred Walters (Sam Crane)
O enredo é ditado por Fred Walters, jornalista e admirador da Irmandade, que anseia em fazer parte do círculo pré-rafaelita. Através dele, assistimos à "descoberta" de Lizzie Siddal, a paixão entre ela e Rossetti, o empenho dos pintores em conseguir reconhecimento dos grandes críticos e da Academia e a realização de quadros famosos de Millais, Hunt e Rossetti, este último líder do grupo, porém considerado medíocre.

Lizzie Siddal (Amy Manson) posando para o quadro Ofélia, de Millais
Através da minissérie, fui capaz de ter mais raiva do Dante Gabriel Rossetti, mágoa já relatada num outro post, sobre a história dele e Lizzie Siddal. Colocando isso de lado, Desperate Romantics é lindo de ver, sua fotografia é muito bonita, o figurino é maravilhoso, a trilha é delícia de ouvir e dá vontade (mais) de ter cabelos encaracolados de pré-rafaelitas.
Sobre os outros fundadores da irmandade, Millais é retratado como o mais genial, meio sem graça mas, de mansinho, capaz de roubar a mulher dos outros e Hunt é o, digamos, mais interessante:

The Maniac
Quanto à acurácia dos fatos, deve-se ter em mente que, apesar de seus personagens provirem da vida real, a série, como toda Cinebiografia e afins, não deve ser levada completamente a sério.

terça-feira, 5 de março de 2013

mentes perigosas: estreando o kobo com cocô

(quase dois meses depois)

Oin!

Bom, depois de um longo e tenebroso calor do Saara, cá estou eu para contar da minha experiência com o leitor de livro digital fofo chamado Kobo. À venda desde o fim do ano passado e concorrente do Kindle (beeem inferior, na minha humilde opinião), esse gadget bonitinho é um produto exclusivo da Livraria Cultura (¬¬). O meu modelo, Glo = tem luz pra ler no escuro, saiu um pouco depois, junto com o modelo "mini". Bom, precisava ser o que brilha no escuro porque era essa a utilidade número 1 de ter um aparelho eletrônico que acomodasse um milhão de livros (além da economia no $ e no peso).

nhóin

Voltei saltitante pra casa e, virjona no assunto e-reader, alimentei-o com os únicos PDFs que eu tinha: 50 tons de Cinza e Mentes Perigosas, de Ana Beatriz Barbosa Silva. O primeiro eu dispensei. Já tinha tentado ler e não sei se é a tela do celular, se é a tradução, se são as primeiras 50 páginas que são ruins demais (a protagonista alguma hora deixa de ser imbecil? ou o cara de ser um escroto?), ou se o livro é horrível mesmo. Aí fui pro outro.

Gente.

Por que? Tô sabendo que ela é chegada da Gloria Perez porque tem um puta capítulo dichavando o Guilherme de Pádua. Por isso ela aparecia na Globo e por isso ela era *********famosa************.
NABOUA. Quem foi o editor que aprovou esse texto pavoroso? Nem o Super Xuxa contra o Baixo Astral é tão maniqueísta assim. Pra essa senhora, o mundo parece estar dividido entre: psicopatas malvados e horríveis e pessoas de bom coração que vão todos os dias ao bosque recolher lenha.

Pelo menos, pensei eu, ela vai detalhar histórias de serial killers e tal. Mas ela não detalhou nada e tirando as histórias dos tais psicopatas, ela se repete na ladainha de bonzinhos e malvados o livro inteiro. Enxugando toda sua baboseira, renderia uma matéria chinfrim de revista semanal. É um porre.

A parte boa foi que só me tomou um dia. Pra pessoa que está há dois meses lendo os Diários de Andy Warhol, isso foi um recorde.


~AAAAAAAAAH é. Esqueci de adicionar que um dia depois de terminar a leitura, deparei-me com uma matéria no site da Folha (Psiquiatra Autora de Best Sellers é Acusada de Plágio), sobre os livros seguintes dela. Se eles  tiverem sofrido um aumento na qualidade, faz muito sentido que tenham sido produtos de cópia mesmo.~

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

modigliani

Procurando o filme Pollock no Netflix (não tem), achei o Modigliani, de 2001, com Andy Garcia interpretando o pintor italiano.

Chorando de emoção internamente, assisti às suas pouco mais de duas horas de duração e nhé. Sei lá, tinha tanta coisa pra contar e o enredo é mais puxado pra fantasia do roteirista/ diretor/ produtor/ sei-lá-quem. Mas filmes-biografias são geralmente assim: inspiram-se livremente em algum bio-livro e amplamente exploram e aumentam mitos.

Amedeo Modigliani
Andy Garcia como Modigliani







Caso raro: foi a única vez que vi um filme em que o retratado é mais bonito que o ator que o interpreta. Modi era gato, me lembra Marcello Mastroianni nos anos 60.

De onde saiu tamanha pança?
Picasso e Olga, sua mulher, em 1919















E o Pablo Picasso do filme está mais para Diego Rivera.


Jeanne Hébuterne
(não consigo olhar diretamente pros olhos dela o.O)

O filme concentra-se na relação de Jeanne e Modigliani, mas pelas coisas que li, me pareceu tão superficial... Ele era bem putão e ela comeu o pão que o diabo amassou por ser loucamente apaixonada por alguém tão intempestivo. Esperava ver mais sofrimento...

























Foca bastante, também, na rivalidade entre Modigliani e Picasso e romantiza a relação dos pintores também. Por exemplo, Picasso não levou Modi para conhecer o já velho pintor Renoir. Esse encontro aconteceu por intermédio de outro (e menos conhecido) pintor, Allan Osterlind, que era vizinho de Renoir. Mas de fato existia admiração entre eles:

Modigliani, Picasso e Salmon

"Apesar de suas inteligências artísticas se apreciarem mutuamente, sem no entanto admiti-lo de modo aberto, haverá sempre entre eles uma certa rivalidade, recheada de tempos em tempos com pequenas frases pérfidas." 
PARISOT, Christian: Modigliani,  Editora L&PM Pocket, p. 61








Agora, se no leito de morte, a última palavra de Picasso foi "Modigliani", não consegui achar em lugar nenhum e me soa um pouco *Disney* demais.

De qualquer jeito, não é um filme ruim, mas eu queria mais. Vale a pena ver porque é quase único e pra quem se interessar, dá pra ir além das duas horas de fita.

Mais: 

#Existe um filme francês de 1958, chamado Les Amants de Montparnasse (ou Montparnasse 19) que também mostra mais o último ano de vida de Amedeo Modigliani e sua relação com Jeanne Hébuterne [não vi ainda]

#Modigliani era conhecido por fazer retratos, porém, há apenas um único autorretrato conhecido seu. E ele pertence ao Museu de Arte Contemporânea (MAC) da USP. \0/ Além disso, o MASP tem várias obras do artista no seu acervo.
Não é emocionante?

Autorretrato com Paleta, 1919-1920
#O tal do Christian Parisot, que escreveu a biografia citada acima e foi curador da exposição legal-mas-nem-tanto, 'Modigliani, Imagens de Uma vida', que ocorreu ano passado no MASP, foi preso em dezembro por expor/ vender obras que não eram de Modi. :o

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

O 54 em 2013

Acabei de rever Studio 54, filme de 98 que eu devo ter visto pela primeira vez com 13 ou 15 anos. É curioso pensar que eu não tinha a mínima referência sobre nenhum dos personagens, mas mesmo assim lembro que gostei muito do filme. Claro que com a memória de ameba eu não lembrava de tudo, mas as partes mais impressionáveis pra uma adolescente (sexo e drogas) estavam bem coloridas na minha mente.
.

P.S.: *cadê o Ryan Phillippe neste século?
*Neve Campbell ainda era legal
*Mike Myers sempre assustador
*Péssimas personificações de Andy Warhol e Truman Capote


Ainda é uma delícia de assistir. :D



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