Não sei quantas vezes na vida parei pra escrever que não fiz/ não quero fazer xis coisas. Engraçado que dificilmente escrevo sobre as maravilhas que estou vivendo. Falo delas com saudade quando já viraram lembranças lacradas em tom sépia. Claro que esse fenômeno é obviamente explicado pelo fato de, quando se está fazendo um monte de coisas, talvez não sobre tempo pra refletir sobre tais escolhas.
Blá.
Enfim, pela 6272920ª vez, encontro-me num estado latente de torpor. Tô satisfeita com meus cursos sabáticos, mas tenho pânico toda vez que recebo e-mail dum curso on-line que me inscrevi, mas pro qual eu não estou nem um pouco capaz.
Fazia umas cinco semanas que estava lendo o mesmo livro e quando as últimas 100 páginas chegaram, estacionei e passei a ler umas 2 páginas a cada 3 dias. Não porque não fosse interessante, mas porque estou me sentindo pifada. Tempos atrás eu tava numa febril fúria estudantil que pausou duma maneira bem bruta e brusca.
Essa semana acaba a famigerada exposição do Caravaggio, lá no MASP. Me sinto tão empolgada pra ir quanto meu marido pra lavar a louça. Não sei se por causa das filas (de onde saiu tanto humano, trevas?), das infâmias ou simplesmente pela morosidade que me consome. E tô ciente que vou me chicotear depois por não ter ido.
Hoje, por exemplo, tinha médico pra ir e estava marcado há um mês. Mas ontem de noite eu tomei a decisão que hoje eu ia preferir dormir.
A parte mais bonita de tudo isso é que posso passar a culpa pro inferno astral (dizem que existe, e eu acho muito digno usar isso por um mês). Neste instante, dá pra culpar inferno astral feat. TPM, que é a sigla máxima na vida de uma mulher.
Então, apesar de angustiada, tô tranquila com a sociedade, porque pra ela eu arranjo desculpa.
Pra encerrar a torrente de pensamentos luminosos, fica uma frase pinçada das últimas páginas de Uma Breve História do Cristianismo, de Geoffrey Blainey:
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