Filme de 1986, de Arnaldo Jabor |
Poesia teatral em cinema. Filme agressivo, duro, sensível, engraçado (hilário às vezes, com Fernanda Torres) e rítmico (talvez pela atuação de Thales Pan Chacon, que era bailarino).
Um homem e uma mulher, que foram casados por 2 anos e estão separados há 3 meses, se reencontram e tentam racionalizar o término. Seus motivos são mesquinhos, pequenos, medíocres e identificáveis e o que eles fazem é falar a verdade, maldita verdade, qualquer coisa que machuque o outro. Traições, sonhos despedaçados, pressões, desilusões: tudo vem à tona no diálogo entrecortado por lembranças. A relação foi pro vinagre, mas o amor (o que é o amor?) ainda existe. No meio da verborragia, parece que eles só voltam a ficar sãos quando finalmente calam a boca. Aí conseguem se desarmar e voltar ao princípio. Se não tivessem que usar tantas máscaras, se não tivessem que se defender e tratar o ser amado como inimigo, tudo seria muito mais fácil. O fácil não é nada fácil, porém.
Sempre que a gente se vê, a gente se machuca. |
Notas:
- Fernanda Torres concorreu e ganhou a Palma de Ouro, em Cannes, como melhor atriz.
- A casa que virou cenário foi projetada por Oscar Niemeyer em 1948.
- A história foi reescrita em forma de romance e lançada, homonimamente, em 2007.
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