Preciso confessar: sou a pessoa mais alienada do mundo.
Isso às vezes me incomoda. Mal tenho argumentos pra emitir uma opinião que vá além dos meus interesses. Ouço e fico quieta, me perguntando "pra que?". Minha leitura se limita aos livros que carrego - biografias, romances, contos e tal - e a blogs aleatórios de cultura inútil.
Sou centrada no meu umbigo.
Não levanto de onde estou para levantar nenhuma bandeira. Fico confortavelmente digitando absurdos enquanto espero os minutos passarem e chegar o momento lindo de ficar livre pra pegar meu livrinho e esquecer de qualquer coisa desagradavelmente real.
É desprezível isso, eu sei. Mas confesso também que fujo de manter conversas com gente que semiconheço e não tenho afinidade nenhuma. "Diga "oi", mas não fala comigo, ok?" Não é por ter raiva específica da tal pessoa, é só preguiça de socializar. Tudo bem, algumas ocasiões eu sinto raiva momentânea da existência de um ou outro. Mas passa rápido, juro.
Quando estou em casa sozinha, não me desespero ao toque do telefone, ou do interfone. Continuo afundada no sofá ou amassando alho. No máximo, corro pro banheiro e finjo pra mim mesma estar impossibilitada de atender.
No mais, no que concerne ao mundo, eu não sei. Simplesmente não sei.
Pedras em mim.
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