segunda-feira, 9 de maio de 2011

uma realidade magnífica

Uma alegria de ser eu mesma, de maneira positiva ou negativa.
Não foi nenhum milagre que me transformou. Não vivi feliz para sempre, dali em diante. Muitas vezes, tinha medo.
Mas me enriqueci interiormente; era mais amiga de mim mesma.
Difícil era a luta contra tudo, em torno de mim; certos livros, programas de televisão, filmes, jornais - os meios de comunicação de massa gritando todos os dias suas falsas verdade sobre o que é uma pessoa feliz, prometendo coisas gigantescas, o triunfo.
E ali estava eu, com minha pequena e simples felicidade, satisfeita com o que eu tinha, até me dizerem que o amor, por exemplo, tão maravilhosamente cantado, descrito e pintado, era muito mais do que eu tinha.
Algumas vezes, sentia medo, acordava no meio da noite e chorava, porque, não importava o que eu tivesse alcançado - todas as vezes em que acreditava ter conseguido algo -, eles exclamavam que havia algo melhor a ser obtido.
Mas eu lutava o tempo todo para ser capaz de descansar no que era meu, gozar o calor e os melhores sentimentos do momento, e não pensar, o tempo todo: "Oh, meu Deus, isso não é o bastante".
Muitos de meus sonhos não seriam jamais realizados, mas eu descobrira o que nunca sonhara: a realidade pode ser magnífica, quando a vida não é.
Mutações - Liv Ullman (pág. 138)

E eu, aqui na minha realidade, às vezes nem acredito que estou nesse estado de felicidade latente. Beliscões me deixam roxa, esforços loucos e tentativas de organização fazem o corpo dolorido. E todas essas dores só atestam a alegria que sinto por todas as grandes e pequenas coisas que acontecem a cada dia, cada pecinha posta em seu lugar configura a maior das vitórias. Todo dia me emociono um pouco mais.

Muito embora faz 3 semanas que não assisto a um filme e isso me deixa um pouco triste.

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