Sempre soube que o passado me fascinava. Vez ou outra, sinto que amo e que sinto falta daquilo que não vivi.Foi um desabafo... E pouco mais de um ano depois...!!!!!!!!!
Vejo filmes antigos e transbordo de sentimentos felizes e nostálgicos. A nostalgia me alegra. Como? De repente, os cenários velhos me façam relembrar duma infância no interior (porque o tempo lá muda vagarosamente). Se a vivi ou imaginei, não faz diferença. A memória é viva hoje.
Brado por aí que não ligo para convenções familiares. Sempre soube de toda a falta que uma estrutura familiar me fez. Tenho mãe, tive pai, tios, primos... Até comemorações em certa idade estão contabilizadas na mente. Mas aquela sensação de proteção - que deveria vir do núcleo, acho eu - nunca senti de fato. Acho que nunca pude com certeza contar com pai e mãe. Eles chegaram à vida adulta muito desprovidos de noção de paternidade. E olha que eu não fui a primeira filha de nenhum dos dois. Sempre digo: a história dos meus pais? Tem certeza que quer saber? Até uns anos atrás, eu tinha vergonha de explicar, mas agora passou. Porque teria ainda, não é mesmo?
A vulnerabilidade infantil foi substituída pelo riso, pela vontade de agradar quem não tava muito a fim, pela rispidez característica do meu humor. Virei uma tartaruga cascuda. Sou carrancuda e grossa, sim, mas me ponha de barriga pra cima que eu ficarei extremamente exposta e sensível.
E ainda quero fazer parte de uma família.
Casamentos e coisas com parentes (alheios) me deixam ainda mais à mostra.
segunda-feira, 2 de maio de 2011
achados de caderno nº 132
22/ fevereiro/ 2010:
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