segunda-feira, 2 de maio de 2011

achados de caderno nº 132

22/ fevereiro/ 2010:

Sempre soube que o passado me fascinava. Vez ou outra, sinto que amo e que sinto falta daquilo que não vivi.

Vejo filmes antigos e transbordo de sentimentos felizes e nostálgicos. A nostalgia me alegra. Como? De repente, os cenários velhos me façam relembrar duma infância no interior (porque o tempo lá muda vagarosamente). Se a vivi ou imaginei, não faz diferença. A memória é viva hoje.

Brado por aí que não ligo para convenções familiares. Sempre soube de toda a falta que uma estrutura familiar me fez. Tenho mãe, tive pai, tios, primos... Até comemorações em certa idade estão contabilizadas na mente. Mas aquela sensação de proteção - que deveria vir do núcleo, acho eu - nunca senti de fato. Acho que nunca pude com certeza contar com pai e mãe. Eles chegaram à vida adulta muito desprovidos de noção de paternidade. E olha que eu não fui a primeira filha de nenhum dos dois. Sempre digo: a história dos meus pais? Tem certeza que quer saber? Até uns anos atrás, eu tinha vergonha de explicar, mas agora passou. Porque teria ainda, não é mesmo?

A vulnerabilidade infantil foi substituída pelo riso, pela vontade de agradar quem não tava muito a fim, pela rispidez característica do meu humor. Virei uma tartaruga cascuda. Sou carrancuda e grossa, sim, mas me ponha de barriga pra cima que eu ficarei extremamente exposta e sensível.

E ainda quero fazer parte de uma família.

Casamentos e coisas com parentes (alheios) me deixam ainda mais à mostra.
Foi um desabafo... E pouco mais de um ano depois...!!!!!!!!!

Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...