Desde o dia cinco de abril, estou de férias. E nada foi feito de interessante. Não pretendo viajar (pensei nisso, mas depois despensei... talvez volte a pensar), nem vi tantos filmes ou lido, mas estou descansando e dormindo muito. Até vi alguns amigos obscuros. E deixei a academia de molho, também. Sei que não deveria e blablabla... mas férias servem para fazer esse tipo de coisa.
Nos primeiros dias, fui agraciada com muita chuva, e frio, e mau humor. A parte interessante era que estava totalmente sozinha em casa. Mentira, Borges estava aqui, pingando sua urina e miando por atenção. Mas, à parte disso, não ouvi minha própria voz por uns dois dias, só assisti a filmes e programas imbecis na TV. Também surtei um pouco: tive crises de choro, identidade e objetivos.
Esse recolhimento involuntário acabou mexendo com a minha mente de modo estranho. Por exemplo, reassisti ao filme "A Malvada" e sonhei com traição e neurose - em Buenos Aires, de bicicleta. Quando voltei ao convívio social, não pude distinguir a sensação do sonho, da vida. E fiquei mal, do mesmo jeito como fiquei no pesadelo, desconfiando dos personagens. Isso só fez com que a vida acordada ficasse mais dissimuladamente melodramática. Como agir e recuperar o bom senso, então?
"Tenho que voltar à terapia, hoje!", foi o que pulou na minha cabeça, quando eu estava vendo minhas ações desproporcionais aos acontecimentos e, ao mesmo tempo - como sempre ocorre -, não conseguia impedi-las de serem feitas. Logo depois, caí no choro, porque isso eu sei fazer bem. Depois do desespero acalmado, a mente passou a lembrar de fatos, e os chiliques cardíacos sempre tinham o mesmo cerne: insegurança. Só confio em mim se me disserem que sou boa nisso ou naquilo. Não tenho a capacidade de manter a fé em mim por mim mesma. Ou seja: tenho nada.
Defeito detectado.
Por fim, com certeza, necessito falar com minha psycho sobre essas neuroses e inseguranças. Só resta matar a preguiça.
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